Entidade Maligna Misteriosa


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sábado, junho 15, 2002
 
E aconteceu de novo.
Rolou sexo no Big Brother! Desta vez as cenas não foram ao ar, mas o Pedro Bial disse que rolou mesmo, então eu acredito.
Esse BBB está sendo uma verdadeira aventura antropológica. Primeiro um casal que transa sem camisinha, agora um cara que conseguiu levar uma mulher para cama depois de CHORAR no colo dela. É, o ditado é verdadeiro, "quem não chora não mama".

 
E não poderia ir dormir hoje sem antes comentar o fim da novela O Clone ( Acabo-ou-ô, acabou!).
Aconteceu o óbvio. Jade ficou com Lucas, Mel se recuperou das drogas, o Brasil inteiro assitiu e Glória Perez deixou um monte de furos no roteiro e na continuidade de uma cena pra outra. Mas quem se importa, afinal é apenas novela.
Achei interessante o final que foi dado ao clone, creio que nem mesmo a ficção está pronta para retratar como será a vida na Terra depois que a clonagem humana for possível e divulgada à todos. Não achei o sumiço dele no deserto uma saída covarde, na verdade acho que foi muito condizente com a mentalidade das pessoas de hoje. Agora chega de falar disso. Vou dormir por que amanhã cedo tem Dinamarca e Inglaterra pelas oitavas de final e eu não quero perder!

 
E na Casa dos Artista o pau tá quebrando!
Jorge briga com Agnaldo que briga com Luiza que briga com Matias que briga com Solange que briga com Carola que briga com Adriane e que briga com Jorge.
Que povinho mais mala. Ao invés de começarem logo a pegação, que é o que o povo quer ver, ficam perdendo tempo discutindo! O Big Brother já passou na frente mostrando cenas de sexo quase explícito. Se liga Silvio Santos!

 
E o que diabos é aquele BBB?
O mané do Thyrso simplesmente não se toca mesmo! A outra tem de dar um corno nele pro cara se ligar.
Puta carinha chato. E chorão! Aquela vinhetinha da Globo ficou ótima pra ele.

 
E essa é mesmo a Copa do Mundo da zebra. Depois de França, Uruguai e Argentina (adios, hermanos) agora foi a vez de Portugal cair fora.
Segundo um amigo meu se as coisas continuarem assim a gente vai ganhar essa Copa por WO. Já outro disse que o lance agora é torcer pelo Senegal.
Nah! Podem me chamar de babaca, mas ainda levo fé na seleção brasileira, até por que até a final da Copa a gente só vai ter um adversário realmente difícil, nas quartas-de-final, o resto é baba.
E falando em baba, a Itália quase fica de fora também. Meu, isso ia ser bom pra caralho!
Agora em homenagem aos cabrones: "Don't cry for me, Argentina. Evita sofrer tanto assim..."

 
By the way, andei viajando, por isso sumi por tanto tempo, agora estou de volta pronto pra comentar um monte de bobagens.

 
Agora está passando um filme muito legal no SBT.
Detroit Rock City. Uma comédia hilária sobre quatro caras que estão dispostos à tudo para assistir a um show do Kiss.
Assistam!

sexta-feira, junho 14, 2002
 
Um grande amigo meu andava sumido. Hoje encontrei com ele por acaso e descobri que ele voltou a desenhar para a Marvel. Sigam o link e confiram o maravilhoso trabalho do Daniel HDR.

terça-feira, junho 11, 2002
 
A Epopéia do Gato - Epílogo

Quando acordei hoje, contei a história do gatinho para algumas pessoas, dizendo o que rolou, como foi, como me senti. Minha mãe me disse que pela manhã, mais cedo, o ser miante ainda estava por aqui. Rondando a casa. Chegou até a entrar na sala em um momento que minha mãe estava vendo TV. Ela pediu pra botarem o bichano pra fora. A última notícia que tive, pela pessoa que o levou pra fora, foi que ele ficou na rua, embaixo de uma árvore.
Creio que ele voltou aqui pra me procurar. O único ser humano que o tratou com o mínimo de carinho e respeito. Maira estava certa, ela tinha me escolhido pra ser seu dono e eu virei as costas. Optei pela escolha mais fácil e deixei uma criaturinha indefesa solta por aí, podendo ser atropelada, ou morta por cães grandes, isso se não morrer de fome mesmo! Me senti ainda mais culpado hoje. Fiquei imaginando aquela criaturinha peluda, tão assustada, tão frágil, solta por aí. Me senti mal pra caralho. Ainda estou me sentindo, na verdade. Me arrependi muito de ter deixado ele lá. Deveria ter trazido pra dentro de casa, cuidado, limpado, alimentado. Nada é impossível nesta vida, poderia criar ele aqui em casa sim. Seria difícil, é claro, mas com certeza ele teria uma vida melhor do que largado pela rua.
Saco, Maira me deixou de coração mole mesmo.
Então, gostaria de dizer uma coisa à todos que por ventura estejam lendo isso aqui. Se virem algum animalzinho por aí, abandonado, faminto, sujo. Não o deixem na rua. Cuidem dele, dêem carinho, respeitem. Acredite, o retorno que você terá do bichinho será enorme. Eu perdi minha chance, não percam a de vocês.
Boa noite.

 
A Epopéia do Gato - Parte Seis

Peguei o gatinho no colo de novo, desta vez ele nem mais miava, já estava se sentindo seguro em minhas mãos. O levei, junto com a vasilha de comida, até uma construção abandonada que tem aqui na rua. Achei que seria um lugar seguro pra ele passar a noite. O coloquei por baixo da cerca, junto com a comida, virei as costas e voltei pra casa no maior pique, na esperança dele não me seguir. Quando cheguei no portão de casa olhei para trás, o gatinho já estava em pé, em frente a construção, olhando pra mim. Entrei correndo. Fechei o portão e a porta. Quando olho pelo vidro da porta, percebo que o gatinho já estava embaixo do portão. Os cachorros avançam nele. O bichano enfrenta. Ele está realmente disposto a me seguir.
Um dos cachorros desiste de ficar neste chove não molha com o gato e vai dormir em outro lugar. O outro decide continuar na pendenga, a esta altura o gatinho já tinha passado pelo portão e estava na área externa da casa. Parado. Encarando o cachorro que não sabia exatamente o que deveria fazer.
Mais uma vez liguei pra Maira. Acusei ela de ter destruído minha personalidade, pois eu estava realmente tentado a pegar o bichano e criar. Se não fossem todos os agravantes, realmente teria feito isso.
Maira ajudou a diminuir meu sentimento de culpa e fui dormir, deixando o gatinho lá, a própria sorte, mas sabendo que havia feito tudo que podia por ele.

 
A Epopéia do Gato - Parte Cinco

Para sair de casa segurando o gatinho, miando sem parar, e passar pelos cachorros foi complicado. Eles queriam avançar na minha mão de qualquer jeito. Cheguei em um cantinho, do lado de uma rampa de garagem e coloquei o gatinho e sua vasilha de comida. Me afastei e o deixei lá. Caminhei até o meio da rua e fiquei observando. Ele comeu. Comeu. Comeu. Comeu tanto que a barriguinha até inchou. Então de uma hora pra outra, levantou a cabeça, deixou a comida e veio andando em minha direção. Fiquei olhando e pensando "Passe reto, por favor, passe reto!". Ele não passou. Chegou do meu lado e sentou. De vez em quando levantava, passava por baixo de minhas pernas e vinha se sentar ao lado do meu pé de novo. Não me conformei com isso. Andei para longe dele e o bichano veio atrás de mim de novo. Não convencido andei outra vez e o gato me seguiu. De longe, um cachorro rosnou, dizendo que estava afim de pegar o gatinho. Rosnei de volta e ele desistiu da idéia.
Consciente de que não poderia ficar com o gato em uma casa onde já moram dois cachorros, meu pai (que não suporta gatos) e a empregada (que não suporta nenhuma forma de vida). Algo precisava ser feito e minha decisão já estava tomada.

 
A Epopéia do Gato - Parte Quatro

Com o sentimento de culpa lá no alto, deixei meu quarto e fui pra cozinha. Esquentei um pouco de leite e coloquei em uma vasilha junto com uns pedacinhos de pão. Por mais estranho que isso possa parecer, até que curti fazer aquilo. Abri a porta da cozinha e o gatinho entrou. Só então fui reparar nele. Estava sujo, muito sujo. Tinha alguma coisa em seu olho que eu não soube definir se era remela ou um machucado da briga com os cachorros. O bichinho era realmente muito pequeno. Cabia completamente em minha mão. Era só orelha, rabo e patas. Essas partes eram tão grandes e chamavam tanta atenção que era impossível não reparar. Ele comeu um pouco do pão com leite, mas estava meio inseguro. Como não tinha condições de criá-lo aqui em casa, o levei para a rua junto com a vasilha de comida. Era o melhor a fazer, era tudo que podia fazer.

 
A Epopéia do Gato - Parte Três

Depois de me livrar do pequeno felino fui ligar pra Maira. Aí ela conseguiu me deixar ainda mais culpado do que já estava. Começou a me dizer que o bichano devia estar com fome, com frio, com medo, longe de tudo e todos, perdido da mãe... coisas assim. Mulher tem um talento especial pra fazer a gente se sentir culpado.
Pra quem não sabe, o ser miante que Maira cria, também foi achado na rua.
O fato é que ela falou tanto, que eu fiquei me sentindo culpado e decidi fazer mais alguma coisa pelo gatinho. Mesmo não podendo adotá-lo, iria ao menos ajudar ele pra valer.

 
A Epopéia do Gato - Parte Dois

Na hora de ir dormir. Deixei os cachorros presos na frente da casa, assim o gatinho teria como sair e seguir o caminho dele.
Ele realmente saiu, só que o caminho dele não foi pra onde eu queria. Faltavam dez minutos pra meia-noite quando ouvi um miado na porta da cozinha. Fui lá ver. Quando abri a porta o gato vai entrando, como se fosse o dono da casa, sem me perguntar nada. Caminha pela cozinha, passa pelo corredor e entra no meu quarto. Aí também já achei que era demais. Peguei ele. Sem saber o que fazer o levei de volta pro quintal e o coloquei em cima do muro, assim ele podia voltar pro lugar de onde tinha vindo, afinal um gato não aparece do nada no meio do quintal dos outros. Deixei ele lá e voltei pra casa, achando que tinha feito minha parte.

 
A Epopéia do Gato - Parte Um

Ontem a noite estava na cozinha, esquentando meu jantar quando ouvi meus cachorros fazendo a maior barulheira no quintal. Fui lá ver. Os dois cães estavam acuando alguma coisa em um cantinho escuro do terreno. Peguei uma lanterna e fui ver o que era. Na hora que o facho de luz bateu, descobri o que era. Um gatinho, não devia ter nem três meses. Em outros tempo, teria deixado os cachorros fazerem a festa. Mas Maira me mudou mais do que eu pensava. Desliguei a lanterna e tirei o cachorros do quintal. Fui tentar pegar o gatinho e levá-lo pra algum lugar seguro. Ele se embrenhou em um fogão velho que estava lá jogado e não saiu de maneira alguma. Desisti e o deixei lá, protegido pelo fogão e longe dos cachorros.

segunda-feira, junho 10, 2002
 
A Epopéia do Gato - Prólogo

Eu sempre disse pra todo mundo que odeio gatos.
Na verdade esta sempre foi uma constante em minha vida, uma das poucas certezas que todos temos. Era mais ou menos assim "um dia todo mundo morre, dinheiro não traz felicidade, sorvete só de flocos, odeio gatos".
Isso permaneceu em minha vida por 26 anos, mas Maira conseguiu mudar isso um pouco na época em que fui forçado a conviver com Vincent, o ser miante que ela mantinha como bicho de estimação.
Basta dizer que ontem a noite aconteceu um destes momentos únicos, onde os paradigmas são quebrados, e as verdades absolutas caem por terra.
Mas conto isso mais tarde, pois agora preciso ir dar uma aula.